terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Muleta digital

     A fotografia é uma boa memória para arquivar, um recurso da tecnologia incrível que veio para ser um auxiliar do homem. Mas muitas vezes estamos deixando que ela seja um substituto para nossas memórias ou emoções.
   Visitado uma exposição no Museu da República, vi como tinham pessoas que chegavam na frente dos quadros e só tiravam fotos para postar depois, nem se preocupavam em olhar os detalhes da obra, as cores.
   Um palestrante certa vez disse uma frase que nunca esqueço, "temos de ter cuidado de não comer a casca e jogar a banana fora", uma grande verdade, estamos esquecendo da essência e nos preocupando mais com o rótulo, com a casca.
  A tecnologia veio para ser uma ferramenta para nos auxiliar em muitas áreas, mas está virando um substituto de nossa inteligência, de nossa capacidade de pensar, estamos usando ela como um hd externo, guardando nela tudo aquilo que deveríamos sentir, vivenciar. A rapidez da modernidade e a superficialidade das relações está nos afastando como essência e nos deixando como dizia Zé Ramalho em Admirável Gado Novo "Povo marcado, povo feliz...", esquecemos que somos únicos, seres capazes de criar de imaginar e criamos uma cultura do tudo pronto, de pensar coletivamente, do empacotado, da muleta digital que vive por nós. Despertemos para a essência das coisas como lembrava Antoine de Saint-Exupéry no Pequeno Príncipe "Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos" 

  Abraços amigos, são apenas reflexões, saboreando um café da manhã e observando o passarinho beijando a água da chuva.